Justiça imanente - parte XIV



Telefonou para a sogra, mas ninguém atendeu
Insistiu, deixou recado ao sinal do atendedor
Deambulou, em busca de algo mais revelador
Do que o vazio com que a sua casa o recebeu

As horas passaram, era então noite cerrada
Ele entrou no quarto do enfermo menino
Abriu o armário e começou o seu desatino
Toda a roupa tinha partido em debandada

Como era possível que tal acontecesse?
Poderia a sua esposa ter adivinhado
A traição que ele tinha consumado
Sem que ele então se apercebesse?

Para onde teria ido a mulher endiabrada?
Que lhe teria causado aquele devaneio?
Saíra como uma volátil égua sem freio
Mas na cama era uma múmia resignada

Com os diabos, ela veria brevemente
Choraria de tanto arrependimento
Tudo seria lágrima, suspiro e lamento
A sua vingança chegaria, inclemente

29.12.2009

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